O estudo do exterior dos bovinos, dentro da ezoognósia, consiste na análise das características morfológicas e funcionais dos animais, permitindo avaliar aspectos relacionados à conformação, desenvolvimento e harmonia corporal. Um dos métodos mais utilizados para essa avaliação é o sistema EPMURAS, que considera os segmentos: Estrutura Corporal (E), Precocidade (P), Musculosidade (M), Umbigo (U), Raça (R), Aprumos (A) e Sexo (S), possibilitando uma análise padronizada e detalhada do exterior bovino. Essa abordagem fornece subsídios para verificar a adequação dos animais ao uso zootécnico, além de relacionar diretamente a morfologia com o desempenho produtivo e reprodutivo.
A avaliação do exterior dos bovinos tem grande importância prática, sendo amplamente utilizada no processo de comercialização, onde a aparência, a conformação e o estado geral influenciam diretamente o valor de mercado dos animais. Além disso, permite selecionar indivíduos superiores para reprodução, favorecendo o melhoramento genético dos rebanhos ao identificar características desejáveis ligadas à produção de carne, leite e resistência. Esse processo também auxilia na formação de plantéis mais eficientes, orientando decisões sobre o descarte ou a manutenção de animais no rebanho.
Outro aspecto relevante da análise do exterior está relacionado à saúde e ao manejo nutricional. Por meio da observação da conformação e da deposição de reservas corporais, é possível aplicar o escore de condição corporal (ECC), que reflete diretamente no estado nutricional do animal. Da mesma forma, alterações na postura, no pelo, na movimentação ou na conformação podem indicar problemas de saúde, permitindo diagnósticos precoces e intervenções rápidas. Dessa forma, a avaliação do exterior bovino, além de ter aplicação econômica e zootécnica, também é uma ferramenta essencial para o monitoramento contínuo do bem-estar e da produtividade do rebanho.
ZooVet em Pauta com Dr. Alessandro Machado | Ep. 50
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