Após o episódio, Samuel registrou um boletim de ocorrência na 11ª Delegacia Territorial (DT/Tancredo Neves) - Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE
Centenas de entregadores por aplicativo realizaram um protesto na tarde deste domingo, dia 01 de junho de 2025, em frente a um condomínio na Rua Cristiano Buys, no bairro de Pernambués, em Salvador, após um colega de profissão ter sido agredido por um cliente durante uma entrega.
A confusão teve início após um desentendimento entre o entregador Samuel do Vale Silva e o cliente Adriano, relacionado ao local da entrega. Segundo a vítima, o endereço indicado no aplicativo de entregas apontava o Condomínio São Judas Tadeu como destino. Ao chegar ao local, o motoboy foi surpreendido com a insatisfação do cliente, que afirmou residir em outro endereço.
Discussão sobre local de entrega termina em agressão
A confusão começou, segundo o motoboy Samuel do Vale Silva, por conta de uma divergência entre o local indicado no aplicativo e onde o cliente realmente morava.
“Eu cheguei no estabelecimento, tava no shopping, tô com o pedido para entregar para ele. A localização dele tava batendo lá em Pernambués, no Condomínio São Judas Tadeu, a localização que estava no aplicativo. Segui pra lá”, explicou. “Cheguei lá, notifiquei a ele que tinha chegado, que tava no local. Ele falou: 'Não, você tá no local errado. Eu não moro aí, não.' Eu disse: 'Mas o senhor botou a localização daqui, a localização tava batendo aqui."
Cliente toma chave da moto e parte para agressão física
De acordo com Samuel, ele explicou que não podia finalizar a entrega fora da área marcada no sistema, o que teria irritado o cliente.
“Aí ele não gostou, e poucos minutos depois, ele chegou lá no condomínio, alterado, me xingando, dizendo que não gostou, que estava cheio de ódio de mim. Começou a me agredir verbalmente. Aí foi e pegou a chave da minha moto.”
Segundo o entregador, o cliente subiu para a portaria e, ao retornar, partiu para a agressão física. “Ele desceu a pé, subiu lá para a portaria e depois desceu a pé, na hora que ele me agrediu fisicamente.”
Após o episódio, Samuel registrou um boletim de ocorrência na 11ª Delegacia Territorial (DT/Tancredo Neves) e informou que, apesar de o agressor ter tentado contato posteriormente por meio de emissoras de televisão, não pretende dialogar com ele fora da Justiça.
“Eu não tenho o que falar com ele. Eu estava fazendo o meu trabalho. Fui a vítima, e ele vai responder pela Justiça agora. É esperar a Justiça tomar suas providências”, declarou.
Caso viraliza e gera protesto em frente ao condomínio
A agressão foi filmada e o vídeo se espalhou pelas redes sociais. Em solidariedade ao colega e revoltados com a situação, outros entregadores foram até o local e realizaram um protesto em frente ao prédio do agressor. Houve buzinaço, gritos de protesto e o lançamento de bombas e rojões na portaria do condomínio.
O advogado de Samuel, Tiago Martins, explicou que o motoboy agredido estava a serviço de uma plataforma de entregas no momento do crime.
“Samuel é um entregador de um aplicativo. Ele trabalha para o iFood e, no momento, ele estava nessa função, de atender, de fazer essas entregas. O Adriano, que é o agressor, solicitou uma torta em uma loja daqui de Salvador.”
Martins detalha que o cliente inseriu um endereço no aplicativo e, ao ser informado da chegada do entregador, começou a dar instruções para outro local. Quando Samuel seguiu a nova orientação e chegou ao segundo ponto, foi surpreendido pela reação do cliente.
“Ele disse: 'Ah, teve um atraso, você vai ver como é', e começou a desferir agressões, verbais inicialmente (...). Achando pouco, fez o quê? Deu um empurrão e deu um soco.”
Advogado afirma que haverá processo cível e criminal
Durante a agressão, Samuel caiu com a mochila de entregas e o celular, que se quebrou ao atingir o chão.
“Se não fossem outras pessoas que estavam lá, Samuel ia apanhar mais”, afirmou o advogado.
O caso segue sob investigação e, segundo a defesa, além da apuração criminal, o agressor também será processado na esfera cível.
“Vamos entrar com uma ação de reparação de danos, tratando-se de dano material, dano moral e lucros cessantes por tudo isso que ele sofreu”, disse Martins.
A defesa do entregador afirmou ainda que qualquer tentativa de contato direto será ignorada e que todo o processo será conduzido judicialmente.
confusão teve início após um desentendimento entre o entregador Samuel do Vale Silva e o cliente Adrian | Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE
Fonte: ATarde
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