A meliponicultura, ou criação de abelhas sem ferrão, é uma prática sustentável e de grande relevância no Brasil. As abelhas sem ferrão, pertencentes à tribo Meliponini, são adaptadas às regiões tropicais e subtropicais, e diversas espécies são criadas no país, como a jandaíra, uruçu, mandaçaia, tiúba, jataí, iraí, guaraipo e tubuna.
Cada espécie apresenta características próprias. A jandaíra (Melipona subnitida), típica do semiárido, destaca-se por sua resistência ao clima quente e pela produção de mel medicinal. A uruçu (Melipona scutellaris), nativa da Mata Atlântica, é conhecida pela docilidade e produtividade, enquanto a mandaçaia (Melipona quadrifasciata), distribuída em várias regiões, é altamente eficiente na polinização e produção de mel. A tiúba (Melipona fasciculata), comum na Amazônia, é resistente e produtiva, assim como a jataí (Tetragonisca angustula), uma das abelhas mais populares por sua adaptabilidade. Outras espécies, como a iraí (Nannotrigona testaceicornis), guaraipo (Melipona bicolor) e tubuna (Scaptotrigona bipunctata), também se destacam na produção de mel e própolis.
O manejo adequado é essencial para o sucesso da meliponicultura. É necessário escolher espécies adaptadas ao clima e flora locais, instalar colmeias em locais protegidos de intempéries e com acesso a recursos alimentares. O uso de caixas racionais facilita o manejo e a colheita de mel. Durante períodos de escassez de flores, a alimentação suplementar com soluções açucaradas ou alimentos específicos é indispensável.
Pragas e predadores, como formigas e aranhas, devem ser controlados com barreiras físicas ou químicas nos suportes das caixas. O monitoramento constante das colônias permite identificar problemas de saúde ou estresse nas abelhas.
A meliponicultura contribui para a preservação ambiental e o desenvolvimento rural sustentável. Além de gerar produtos valiosos, como mel e própolis, ela promove a biodiversidade e a conservação das abelhas nativas, essenciais para a polinização. Apesar dos desafios, como a destruição de habitats e o uso de agrotóxicos, a capacitação de criadores e o incentivo a políticas públicas podem expandir a prática de forma sustentável.
ZooVet em Pauta com Dr. Alessandro Machado | Ep. 33
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