A eimeriose, ou coccidiose, é uma doença parasitária que afeta os ovinos, sendo causada por protozoários do gênero Eimeria. Entre as espécies que infectam ovinos, as mais comuns são Eimeria ovinoidalis e Eimeria crandallis. Esses protozoários têm um ciclo de vida complexo, ocorrendo tanto dentro do hospedeiro quanto no ambiente externo.
A infecção se dá pela ingestão de oocistos esporulados, que são formas resistentes e infecciosas do protozoário, encontradas em fezes contaminadas. Esses oocistos podem permanecer viáveis no ambiente por longos períodos, especialmente em condições de umidade e temperatura adequadas. A transmissão ocorre principalmente através da ingestão de água e alimentos contaminados, ou pelo contato direto com fezes infectadas.
Os cordeiros, particularmente entre 4 e 8 semanas de idade, são os mais suscetíveis à eimeriose devido ao seu sistema imunológico ainda imaturo. Em animais jovens, a carga parasitária elevada pode levar a sintomas clínicos graves. Os sinais clínicos incluem diarreia aquosa, frequentemente sanguinolenta, anorexia, desidratação, atraso no crescimento, perda de peso e, em casos severos, morte. Em infecções subclínicas, os animais podem não apresentar sintomas visíveis, mas ainda sofrem perdas de desempenho produtivo.
Para o diagnóstico da eimeriose, utiliza-se a contagem de oocistos (OPG, oocistos por grama de fezes) é um método quantitativo que auxilia na avaliação da gravidade da infecção.
O controle da eimeriose envolve uma abordagem integrada de manejo e tratamento. Medidas de manejo incluem a manutenção de boas condições higiênicas nas instalações, como a limpeza regular e desinfecção das áreas onde os animais são mantidos, redução da densidade populacional e rotação de pastagens para minimizar a contaminação ambiental. O fornecimento de água limpa e alimentos de qualidade é essencial para prevenir a ingestão de oocistos.
A profilaxia medicamentosa pode ser realizada utilizando coccidiostático ou produtos químicos, administrados na ração ou na água de bebida. Estes fármacos ajudam a controlar a multiplicação dos protozoários dentro do hospedeiro, reduzindo a excreção de oocistos no ambiente.
No caso de surtos, o tratamento dos animais infectados deve ser imediato, utilizando medicamentos anticoccidianos específicos, como sulfaquinoxalina, amprolium ou toltrazuril. Além disso, é crucial fornecer suporte nutricional e fluidoterapia para corrigir a desidratação e as deficiências nutricionais decorrentes da doença.
A adoção de uma abordagem integrada, que combine manejo ambiental, medidas de higiene e uso racional de medicamentos, é fundamental para minimizar o impacto da eimeriose na criação de ovinos, garantindo o bem-estar dos animais e a sustentabilidade econômica da produção.
ZooVet em Pauta com Dr. Alessandro Machado | Ep. 12
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