A avicultura exemplifica o progresso tecnológico na pecuária, demonstrando ganhos produtivos significativos ao longo das últimas décadas, posicionando o setor entre os mais rentáveis e promissores do agronegócio. Esse progresso se deve, em grande parte, a avanços nas pesquisas em sanidade, genética e nutrição das aves. Em sistemas de produção, seja para carne ou ovos, a nutrição é formulada para maximizar o potencial produtivo dos animais. Além disso, a qualidade da água, livre de contaminações, é um fator essencial que não pode ser negligenciado.
A composição das rações para as aves inclui principalmente, milho e/ou sorgo, farelo de soja, minerais e suplementos vitamínicos. Ferramentas nutricionais como probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos, óleos essenciais e enzimas são usadas para otimizar a alimentação. Não existe uma fórmula única, pois as rações são adaptadas às necessidades específicas de cada granja, idade dos frangos ou das galinhas poedeiras e objetivos de produção. A qualidade e composição nutricional das matérias-primas devem ser monitoradas. Processos como a peletização, usados nas fases iniciais, melhoram a digestibilidade dos nutrientes, tornando-os mais facilmente absorvíveis.
Sempre, no manejo produtivo, devemos observar a eficiência da dieta ofertada, isso pode ser feito por meio da conversão alimentar, que mede a relação entre o consumo de ração e a produção de carne ou ovos, sendo um índice zootécnico crucial para monitorar o desenvolvimento na granja. Na produção de proteína animal, vários fatores influenciam essa relação, afetando a performance dos animais. Esses fatores podem melhorar ou reduzir a eficácia das estratégias nutricionais em aves.
Não podemos esquecer o mito persistente sobre o uso de hormônios na produção de aves. Os hormônios não são eficazes para promover o crescimento das aves, contrariando concepções equivocadas. Pesquisas comprovam a ineficácia das substâncias andrógenas para estimular ganho de peso nas aves. Além disso, a aplicação individual em cada ave torna essa prática inviável, tanto financeiramente quanto operacionalmente.
Além dos sistemas de criação comercial, devemos nos atentar a criação de aves caipiras que desempenha um papel fundamental na agricultura familiar, proporcionando uma fonte sustentável de renda e alimentação para muitas famílias rurais. Esse tipo de criação é mais acessível e menos dependente de tecnologias avançadas permitindo que pequenos produtores mantenham suas tradições e práticas agrícolas.
Além da nutrição convencional, a alimentação alternativa para aves caipiras oferece uma maneira eficaz de reduzir custos e aumentar a sustentabilidade da produção. Resíduos de hortas, sobras de cozinha e plantas forrageiras podem complementar a dieta das aves, diminuindo a dependência de rações comerciais. Essa prática não só reduz os custos de produção, mas também promove a reciclagem de nutrientes e a redução de desperdícios. O uso de alimentos alternativos pode melhorar a qualidade da carne e dos ovos, tornando-os mais nutritivos e saudáveis.
ZooVet em Pauta com Dr. Alessandro Machado | Ep. 08
0 Comentários